quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Entrevista

A net é uma coisa muito legal memso.
Recentemente fui convidada a dar uma "entrevista" para uma blogueira... E aí está o resultado.
Espero que gostem, optchá!

http://rubibellydance.blogspot.com/2011/02/kaliandra-danca-cigana.html


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

A Magia do Flamenco e da Dança Cigana



A música e a dança fazem parte da tradição mais antiga dos ciganos. seus mágicos acordes influenciaram grandes mestres da música universal como Bach, Lizst, Monti e Bizet.










Diz uma antiga lenda que os ciganos dançam desde o útero materno. Já nascem realizando uma coreografia própria de quem tem sangue cigano nas veias. Este sim é o verdadeiro sentido do bailado cigano. Alegre ou melancólica, a dança cigana é realizada de corpo e alma, seja para comemorar, louvar ou fazer surgir do fundo da alma a resistência, que justifica a trajetória deste povo pelo mundo. Prova disso são os inúmeros ritmos da dança: bulerías, alegrias, tanguilhos, sevilhanas, rumbas, farrucas, soleares.



Através do Flamenco, ritmo que ganhou maior expressão na Espanha, os ciganos que vieram primeiramente para o Brasil, encantaram nobres e plebeus nas festas do Campo de Sant’Ana e do pátio interno do Paço Imperial, no Centro do Rio de Janeiro, conhecido como Pátio dos Ciganos.



A dança flamenca, identificada como a dança tipicamente espanhola e cigana, tem uma história de perseguição muito semelhante a dos ciganos. O nome flamenco deriva do árabe jelah mengu, que quer dizer camponês foragido. A dança é uma mistura de elementos judaicos, espanhóis e muçulmanos, e surgiu de forma clandestina, nas grutas e cárceres por onde passavam os perseguidos pelas leis de Espanha, principalmente no tempo da Inquisição.



Quem assiste a um baile flamenco, sente que os movimentos do corpos dos bailarinos comunicam um sentimento forte, fruto de uma revolta e de um grande inconformismo, cheio de altos e baixos emocionais. É mesmo impossível não perceber que nos taconeos ou sapateados a dança flamenca marca o compasso do coração humano, que ora salta de alegria e outras horas arde de dor e tristeza. Dança de movimento vibrante, o grande êxtase do Flamenco é mostrar o vigor e a vitalidade dos movimentos de mãos, braços e sapateados que traduzem paixão, alegria, a melancolia transformada em força e o amor pela vida, justificando a resistência a todas as formas de perseguições.







OS RITUAIS DE SEDUÇÃO DA DANÇA







Arde uma fogueira no meio do acampamento. É dia de festa e as violas somam seus acordes às castanholas e pandeiros. As danças de fundo cerimonial são executadas dentro dos clãs, e não se prestam aos espetáculos públicos.



Fruto da assimilação dos elementos de outras culturas, uma das mais famosas é a Dança dos Lenços, inteiramente ritualística. No Flamenco o mantón e o xale substituem os lenços das demais danças ciganas. Ambos são aparatos de proteção e ao mesmo tempo de sedução. A mulher parece desnudar-se para seu amado, como se descobrisse para ele o próprio corpo e o próprio segredo de amor.



Através do leque a mulher comunica sua determinação ao abri-lo, num movimento rápido de som agradável e forte. Assim que consegue atrair a atenção do homem, assume a postura soberba de uma rainha ou de uma recatada donzela, encobrindo o rosto para estimular seu pretendente a demonstrar suas verdadeiras intenções. Ritualisticamente é comum dançar abanando o leque sobre a cabeça e ao redor do corpo, para ativar a energia física e chamar os bons espíritos.



No tango espanhol, bem diferente do tradicional tango argentino, é produzido com movimentos sensuais estimulantes, utilizando como adereço um chapéu que, se retirado da cabeça da bailarina, pode ser levado à altura dos quadris e do peito. Tem um belo ar majestoso, temperado de humor. Porém, mais rápido, é conhecido como tanguilho. As castanholas, de origem moura e indiana, produzem a percussão que fazem dos improvisos entre bailarinos e guitarristas verdadeiros diálogos de grande carga dramática. O som das castanholas ativam a energia do ambiente, produzindo uma limpeza energética que afasta maus fluidos.







OS SEDUTORES RITMOS FLAMENCOS



Soleá - ritmo-mãe do flamenco. A palavra Soleá é uma abreviatura cigana para Soledad-solidão. Seus acordes melancólicos traduzem o lamento, a dor da perda.



Alegría - tem o ritmo idêntico ao do soleá, porém mais vibrante, alegre de acordes animados.



Bulería - ritmo que possui variantes na dança. Transformam espontaneamente o ritmo festivo do Flamenco em paixão, hipnotizando a platéia. A palavra Bulería, vem de burlar, enganar.



Sevillanas - As populares sevillanas andaluzas têm um ritmo contagiante e alegre. São geralmente dançadas em duplas de homens, mulheres e crianças. Desdobram-se em quatro partes, quando acontecem as mudanças dos pares.



Farruca - A sóbria e viril farruca é comumente dançada por homens. Mas hoje em dia, as melhores bailarinas flamencas também exibem a destreza de seus passos na farruca, como a famosa Sara Baras. O próprio nome farruca significa valente.



Mallaguenha - A província de Mallaga desenvolveu seu próprio ritmo flamenco e criaram seu próprio canto apropriado a um estado de espírito cujas letras acompanham as mais profundas emoções humanas.



Seguiriyas - Ritmo de grande descarga emocional, é o mais cigano do flamenco. Seus acordes e sapateados soam como desabafos e reclamações pelo amor perdido, pela falta de liberdade, pelo ódio ou revolta, exigindo do bailarino e do guitarrista muita vibração emocional.







Hay de tener la sagre de los gitanos para bailar el flamenco!



A dança flamenca é a dança da energia vital. Batemos os pés num tablado para receber da terra a resposta sonora que traz força e coragem. O Baile Gitano, como é chamada a dança, tem que ser realizado de corpo e alma. A expressão dos olhos é decisiva para a interpretação correta dos ritmos.



A coreógrafa Liane de Luna, especializou-se em Madrid e baila o flamenco gitano há mais de dez anos. É ela quem ensina:



A mulher que baila o flamenco tem uma postura firme e sedutora. Todo o gestual da dança reúne energia, beleza, sedução e a paixão gitana. As mãos dão e oferecem carinho e a energia dos bailarinos. Como duas pombas, desenham círculos no ar. Os braços cruzam-se para marcar o poder explosivo do encontro com a dança. Quando abertos ou ao alto revelam a entrega do personagem ao público. Para baixo, a espera consciente, e braços ao lado do corpo, caminhado, num paseo romântico. Texto de Liane de Luna, professora e bailarina de danças cigana, flamenca e árabe.



Texto Original de Pesquisa:

Sibyla Rudana
Descendente de ciganos louvaras húngaros, é atualmente um dos nomes mais respeitados nos meios culturais ciganos.
Formada em Letras, Marketing Político e Jornalismo, Sibyla Rudana tem 10 livros publicados no Brasil e no exterior sobre a cultura romani. Participa de projetos culturais da Universidade René Descartes (Sorbonne), de Paris, no Centro de Pesquisas Romani; pós-graduou-se em Língua Espanhola na Universidade de Salamanca.




"Ser flamenco"





Ser flamenco es tener outra carne, alma, pasiones, outra piel, otros instintos, deseos, es tener outra visión del mundo, con el sentido de lo grande, el destino em la conciencia, la música en lo nervios, la fueza independiente, la alegria com lágrimas y el dolor, la vida y el amor que marcan.

Ser flamenco es odiar la rutina y el método que castran; quiere decir sumergirse em el canto, en el vino y en los besos.

Transformar la vida en um arte sutil, caprichosa y libre, sin aceptar la cadenas de la mediocridad, jugarse todo em uma apuesta.

!Gustarse, darse, sentirse, vivir !

! Esto!



(Tomás Borras)



ORIGENS DO FLAMENCO



O FLAMENCO é uma arte popular aplicada ao modo particular de dançar, cantar e tocar

guitarra proveniente da região de Andaluzia, no sul da Espanha. A Andaluzia é formada por oito províncias que são: Sevilla, Granada, Málaga, Córdoba, Jerez, Huelva, Cádiz e Almería.

Os primeiros testemunhos do surgimento dessa arte datam do século XVI. Os locais de origem seriam Sevilla, Jerez e Cádiz, as três cidades consideradas a "Santíssima Trindade" do Flamenco.

Suas raízes estão calcadas num sedimento artístico composto por diferentes e sobrepostas civilizações como a árabe, judaica, hindu-paquistã, bizantina, cigana, entre outras. Os mouros predominaram na Espanha de 711 a 1492.

Os ciganos têm um importante papel no desenvolvimento do flamenco. Com a intenção de abandonarem a Índia (séc. XIV) após uma série de conflitos bélicos e invasões de conquistadores estrangeiros ocorridas em vários territórios, os ciganos foram para o Egito onde permaneceram até sua expulsão. Conscientes de que deveriam se dividir em grupos para assim conquistarem a Europa, uma parte desses povos se estabeleceram na Espanha por volta de 1425, trabalhando como pastores e artesãos. Durante essa época, os ciganos conheceram um período de paz que lhes permitiu uma certa integração com o folclore andaluz. Decretada a perseguição às tribos nômades pela Coroa de Castella em 1499, e com a expulsão dos não cristãos e os de raça considerada impura como os judeus, ciganos e árabes através das medidas severas adotadas pela Santa Inquisição, os grupos foram obrigados a se estabelecer nas montanhas e outros locais desabitados para sobreviverem. Com o convívio e mistura dos diferentes costumes e tradições dessa gente perseguida, foi surgindo uma nova forma de expressão cultural. Nesse instante nascia a música flamenca, a arte do flamenco. O cante* é marcado pela melancolia, pelo fatalismo e pelo sentimento trágico da vida. Nascia aí o cante jondo*. Para os ciganos a música é parte integrante do dia a dia e essencial nas datas festivas. Tudo o que necessitam para iniciá-la é uma voz e acompanhamento rítmico, como palmas ou golpes dos pés no solo.

Passada a repressão mais severa aos ciganos a partir das últimas décadas do séc. XVIII, eles foram se integrando ao convívio dos espanhóis . Assim começaram a surgir os payos*, interessados em conhecer e interpretar a música gitana*.

No final do séc. XIX, a música flamenca com a guitarra já incorporada estabeleceu suas formas tal qual a conhecemos hoje, levando-se em conta que, por estar viva, continua a evoluir. É correto afirmar, que só depois da inclusão da guitarra é que se introduziu o sapateado aos bailes. Em 1929, Antonia Mercé, "La Argentina", cria a primeira companhia de balé espanhol, que estréia na Ópera Comique de Paris. Já em 1949, Vicente Escudero apresenta também na capital francesa suas primeiras criações como bailarino.

Na música flamenca, encontramos diferentes ritmos, agrupados em famílias de acordo com a estrutura, melodia e temática comun entre eles. Em quase todos os palos* se pode bailar, ainda que existam bailes sem cante e temas puramente vocais. Na interpretação dos ritmos, observamos melodias alegres e outras mais tristes. A primeira pode estar relacionada à etnia andaluza, um povo alegre e sensível às artes. Já os tristes, dentre outros temas, se referem exatamente a essa angústia dos povos errantes que desembarcavam na Espanha e eram tratados como estranhos, vivendo em lugares pouco povoados, de clima frio e úmido e vegetação escassa.

A palavra flamenco foi usada pela primeira vez em 1835. Acredita-se que o termo deriva do árabe fellah (camponês) e mengu (fugitivo), e foi usada como sinônimo de cigano andaluz. Estudiosos sustentam ainda a referência de flamenco ao termo "flamância" de origem alemã, que significa fogosidade ou presunção, e que era aplicada aos ciganos por seu temperamento.



*cante -canto *payos - não ciganos *palos - ritmos *gitana -cigana *cante jondo - canto profundo


Fonte pesquisada: http://www.carmenromero.com.br/origem.html
consulta 03/02/2011

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Aconteceu - worshop com Estrela


Campinas, dia 30 de janeiro de 2011, um calor insuportável.
Tres horas de viagem mas ansiedade era tanta e a vontade ainda maior.
Consegui chegar e conhecer a Cáthia e a Estrela, entre outras tantas amigas que fiz nesse dia, valeu todo sacríficio e comprometimento financeiro.
Aos pouco irei relatando alguns aspectos importantes desse aprendizado.

Primeiro agradeço a Cáthia por essa iniciativa e por ela ser uma pessoa muito, muito especial.

Depois, fica aquela sensação gostosa de conehcer gente legal, que sem medo ou dúvidas, passa informação, te esclarece, dá dicas. Ondina foi uma dessas pessoas maravilhosas que conheci. As rebeldes como Cáthia nos chamava porque de tempos em tempos dávamos uma fuginda prá descansar, já que a Estrela tem uma bateria de energia inesgotável - rsrsrsrs


Melhor momento, o da formatura segundo a Cáthia, com toda a pompa e máquinas mil a fotografar momento tão ilustre - rsrsrsr



Para as novas amigas que nem serei quando verei de novo, um prazer real em conehce-las e que sigam bailando, alegrando, rodopiando e balançando as saias.......
Que a alma cigana invade seus corações e a alegria doce do povo cigano faça de seus dias, dias mais azuis. Optchá!