quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Apresentando

Apresento a vocês amigas, amigos e visitantes, minha mestra, que muito tem me ensinado sobre a cultura, magia e dança cigana. Nesses últimos dias do ano, não podia deixar de agradecer pela acolhida, carinho e simpatia dessa kalin simplesmente encantadora. Optchá amada Nazzira.


Vou postar sempre sobre ela, podem ficar tranquilos... E vou dividindo com todos tudo o que ela me ensinar.

BRASIL: HISTÓRIA DO POVO CIGANO


BRASIL: HISTÓRIA DO ...
"A sobrevivência foi a realização mais duradoura, o grande evento, da história cigana. Por isso Angus Fraser, autor do melhor trabalho historiográfico sobre ciganos, escreve na primeira página de seu livro: "Quando se consideram as vicissitudes que eles (os ciganos) encontraram, porque a história a ser relatada agora será antes de tudo uma história daquilo que foi feito por outros para destruir a sua diversidade, deve-se concluir que a sua principal façanha foi a de ter sobrevivido (...)”.

Os Ciganos são chamados de "povos das estrelas" e dizem que apareceram há mais de 3.000 anos, ao Norte da Índia, na região de Gujaratna localizada margem direita do Rio Send. No primeiro milênio d.C., deixaram o país e se dividiram em dois ramos: o Pechen que atingiu a Europa através da Grécia; e o Beni que chegou até a Síria, o Egito e a Palestina. Existem vários clãs ciganos: o Kalê (da Península Ibérica); o Hoharano (da Turquia); o Matchuaiya (da Iugoslávia); o Moldovan (da Rússia) e o Kalderash (da Romênia).

Porém de acordo com a nossa Tradição, a teoria mais freqüente sobre a origem do Povo Cigano, é que após um período de adaptação neste planeta, os ciganos teriam surgido do interior da Terra e esperam que um dia possam regressar ao seu lar. Nada mais podemos revelar sobre isto, pois trata-se de um dos nossos "segredos" mais bem preservados. Preste atenção à nossa trajetória e use com sabedoria a sua imaginação

O grande lema do Povo Cigano é: "O Céu é meu teto; a Terra é minha pátria e a Liberdade é minha religião", traduzindo um espírito essencialmente nômade e livre dos condicionamentos das pessoas normais geralmente cerceadas pelos sistemas aos quais estão subjugadas.

Em sua maioria, os ciganos são artistas (de muitas artes, inclusive a circense); e exímios ferreiros, fabricando seus próprios utensílios domésticos, suas jóias e suas selas.
Os ciganos sempre levaram uma vida muito simples, fabricando tachos, consertando panelas, vendendo cavalos, (atualmente vendem carros); fazendo artesanato (principalmente em cobre - o metal nobre desse povo) e lendo as cartas ciganas para ver a "buena dicha" (boa sorte).

Na verdade cigano que se preza, antes de ler a mão, lê os olhos das pessoas (os espelhos da alma) e tocam seus pulsos (para sentirem o nível de vibração energética) e só então é que interpretam as linhas das mãos. A prática da Quiromancia para o Povo Cigano não é um mero sistema de adivinhação, mas, acima de tudo um inteligente esquema de orientação sobre o corpo, a mente e o espírito; sobre a saúde e o destino.
O mais importante para o Povo Cigano é interagir com a Mãe Natureza respeitando seus ciclos naturais e sua força geradora e provedora.

Mitologicamente o Povo Cigano está ligado à Kalí - a deusa negra da mitologia hindu, associada a figura de Santa Sara, cujo mistério envolve o das "virgens negras", que na iconografia cristã representa a figura de Sara, a serva (de origem núbia) que teria acompanhado as três Marias: Jacobina, Salomé e Madalena, e, junto com José de Arimatéia fugido da Palestina numa pequena barca, transportando o Santo Graal (o cálice sagrado), que seria levado por elas para um mosteiro da antiga Bretanha. Diz o mito que a barca teria perdido o rumo durante o trajeto e atracado no porto de Camargue, às margens do Mediterrâneo, que por sua vez ficou conhecido como "Saintes Maries de La Mer", transformando-se desde então num local de grande concentração do Povo Cigano.

Santa Sara é comemorada e reverenciada todos os anos, nos dias 24 e 25 de maio, através de uma longa noite de vigília e oração, pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de velas azuis, flores e vestes coloridas; muita música e muita dança, cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação e renovação da natureza e o eterno "retorno dos tempos".

O líder de cada grupo cigano, chama-se Barô/Gagú e é quem preside a Kris Romanis (Conselho de Sentença ou grande tribunal do povo rom) com suas próprias leis e códigos de ética e justiça, onde são resolvidas todas as contendas e esclarecidas todas as dúvidas entre os ciganos liderados pelos mais velhos. O mestre de cura (ou xamã cigano) é um Kakú (homem ou mulher) que possui dons de grande para-normalidade. Eles usam ervas, chás e toques curativos. Os ciganos geralmente se reúnem em tribos para festejar os ritos de passagem: o Nascimento, a Morte, o Casamento e os Aniversários; e acreditam na Reencarnação (mas não incorporam nenhum espírito ou entidade). Estão sempre reunidos nos campos, nas praias, nas feiras e nas praças.

Os ciganos chegados em Andaluzia no séc. XV vieram do norte da Índia, da região do Sind (atual Paquistão), fugindo das guerras e dos invasores estrangeiros (inclusive de Tamerian, descendente de Gengis Khan). As tribos do Sind se mudaram para o Egito e depois para a Checoslováquia, Rússia, Hungria e Polônia, Balcãs e Itália, França e Espanha. Seus nomes se latinizaram (de Sindel para Miguel; de András para André; de Pamuel para Manuel, etc.). O primeiro documento data a entrada dos ciganos na Espanha em 1447. Esse grupo se chamava a si mesmo de "ruma calk" (que significa homem dos tempos) e falavam o Caló (um dialeto indiano oriundo da região do Maharata). Eles trouxeram a música, a dança, as palmas, as batidas dos pés e o ritmo quente do "flamenco", tanto que essa palavra vem do árabe "felco" (camponês) e "mengu" (fugitivo) e passou a ser sinônimo de "cigano andaluz" à partir do séc. XVIII.
Esse povo canta e dança tanto na alegria como na tristeza pois para o cigano a vida é uma festa e a natureza que o rodeia a mais bela e generosa anfitriã. Onde quer que estejam, os ciganos são logo reconhecidos por suas roupas e ornamentos, e, principalmente por seus hábitos ruidosos. São um povo cheio de energia e grande dose de passionalidade. São tão peculiares dentro do seu próprio código de ética; honra e justiça; senso, sentido e sentimento de liberdade que contagiam e incomodam qualquer sistema.

Porém, a comunidade cigana ama e respeita a natureza, os idosos e todos os membros do grupo educam as crianças de todos, dentro dos princípios e normas próprios de uma tradição puramente oral, cujos ensinamentos são passados de pai prá filho ou de mestre para discípulo, através das estórias contadas e das músicas tocadas em torno das fogueiras acesas e das barracas coloridas sempre montadas ao ar livre (mesmo no fundo do quintal das ricas mansões dos ciganos mais abastados).

CIGANOS NÃO ROUBAM CRIANCINHAS

As crianças ciganas normalmente só freqüentam até o 1o. Grau nas escolas dos gadjés (não-ciganos), para aprenderem apenas a escrever o próprio nome e fazer as quatro operações aritméticas. A maioria das crianças não vai à escola com receio do preconceito existente em relação a elas. Claro que com o acelerado processo de aculturação, um bom número de ciganos, disfarçadamente, estão freqüentando as universidades e até ocupando cargos de importância na vida pública do país. Alguns são médicos, dentistas, engenheiros, advogados; alguns tornam-se ministros e outros se tornaram até presidentes (Washington Luiz e Juscelino Kubitshek). Porém os de maior expressão na sociedade são artistas plásticos, comerciantes, joalheiros e músicos famosos.

Para o Povo Cigano, a Lua Cheia é o maior elo de ligação com o "sagrado", quando são realizados mensalmente os grandes festivais de consagração, imantação e reverenciação à grande "madrinha". A celebrações da Lua Cheia, acontecem todos os meses em torno das fogueiras acesas, do vinho e das comidas, com danças e orações. Também para os ciganos tudo na vida é "maktub" (está escrito nas estrelas), por isso são atentos observadores do céu e verdadeiros adoradores dos astros e dos sidéreos. Os ciganos praticam a Astrologia da Mãe Terra respeitando e festejando seus ciclos naturais, através dos quais desenvolvem poderes verdadeiramente mágicos.

Na culinária cigana são indispensáveis: o cravo, a canela, o louro, o manjericão, o gengibre, os frutos do mar, as frutas cítricas e as frutas secas, o vinho, o mel, as maçãs, as pêras, os damascos, as ameixas e as uvas que fazem parte inclusive dos segredos de uma cozinha deveras afrodisíaca. O punhal, o violino, o pandeiro, o leque, o xale, as medalhas e as fitas coloridas; o coral, o âmbar, o ônix, o abalone, a concha marinha (vieira), o hipocampo (cavalo-marinho), a coruja (mocho), o cavalo, o cachorro, o galo e o lobo são símbolos sagrados para o Povo Cigano. A verbena, a salvia, o ópio, o sândalo e algumas resinas extraídas das cascas das árvores sagradas, são ingredientes indispensáveis na manufatura caseira de incensos, velas e sais de banho, mesclados com essências de aromas inebriantes e simplesmente usados nas abluções do dia-a-dia, nos contatos sociais e comerciais, nos encontros amorosos e principalmente nos ritos iniciáticos, de uma forma sensível e absolutamente mágica, conferindo grandes poderes.

O grande símbolo geométrico do Povo Cigano é o Círculo Raiado (representando a roda da carroça que gira pelas estradas da vida) provando a não linearidade do tempo e do espaço; e o Pentagrama (estrela de 5 pontas) simbolizando o Homem Integral (de braços e pernas abetos) interagindo em perfeita harmonia com a plenitude da existência. O maior axioma do Povo Cigano diz simplesmente: "A sabedoria é como uma flor, de onde a abelha faz o mel e a aranha faz o veneno, cada uma de acordo com a sua própria natureza".

Para não enveredarmos num velho, carcomido e obsoleto discurso sociológico-político, e para não desgastarmos mais ainda a nossa salubridade cerebral, afirmamos que tudo o que acontece no Planeta, em termos de crise e transformação, afeta de perto o Povo Cigano (tão engajado com a natureza) e faz parte do cotidiano dessa minoria social que apesar do seu pouco grau de autonomia, tenta à duras penas preservar sua valiosa identidade e salvaguardar as peculiaridades de seus próprios conceitos de cidadania, em que pese os avanços tecnológicos, científicos e culturais; as mudanças de paradigmas e o glamouroso processo de globalização.

O Povo Cigano é também uma raça sofrida, discriminada, excluída do contexto sócio-político-econômico (mas nem por isso alienada). Essa raça perseguida por muitas "inquisições", levada aos campos de concentração e aos fornos crematórios da Alemanha Nazista (tanto quanto o povo judeu) continua existindo apesar de todas as expoliações e distorções. Desprovida de meios adequados de sobrevivência, descaracterizada pela modernidade de um falso intelectualismo proletário/urbano essa raça também está à caminho da própria extinção, mas estamos aqui exatamente para resgatar o que resta de sua memória ancestral, cultural e artística, usos e costumes, simbolismo e tradição.

Para mim, uma kalin (cigana kalon), descendente desse povo, essa é uma hora em que precisamos estar atentos e vigilantes para ouvirmos uma espécie de "chamado mítico" que a dura realidade planetária está nos fazendo, e, nos unirmos em corpo e espírito com as forças maiores que regem esse universo, deixando para os espertos, que se dizem "donos da terra", o alto preço de seus desmandos, desvarios e abuso de poder, nos concentrando, onde quer que estejamos, no verdadeiro sentido da valorização humana que perpassa por insondáveis mistérios divinos e praticando com honestidade de propósito os exercícios de espiritualidade e religiosidade que subjaz em cada um de nós, na busca de uma solução para um mundo melhor, sem esquecermos as práticas ecológicas para salvaguardar essa "nau de insensatos" chamada Terra, de seu próprio desastre (palavra que significa: desarmonia entre os astros).

Eu aprendi com meu Patriarca que os ciganos são "povos das estrelas" e para lá voltamos quando morremos ou quando houver necessidade de uma grande evacuação. Há milênios vimos cumprindo nossa missão neste Planeta, respeitando e reverenciando a Mãe Natureza, trocando e repassando conhecimento. No mais, deixaremos à critério da consciência de cada um o "por que ?" das abomináveis catástrofes (em sua maioria provocadas pela absoluta falta de respeito e conhecimento sobre a biodiversidade do planeta); e de comportamentos sociais e governamentais tão incongruentes com a própria inteligência humana, reduzindo a sensibilidade dos homens a um mero exercício da bio-pirataria para não perder o monopólio de um recurso genético, disfarçado na necessidade técnica e científica da bioprospecção, mesmo que no contexto histórico, essa atitude implique na extinção de toda a raça humana.

Deixaremos à critério de qualquer "gadjô" que se preze, o "complexo de culpa ancestral" pela destruição do solo, do ar, da água e das florestas, pois em vez de "progredir com a plena cooperação científica e tecnológica" (como diria o biólogo americano Tomas Lovejoy - especialista em florestas tropicais) o homem moderno destrói seu próprio habitat, não procurando seguir a coerência do argumento socio-antropológico que diz que "na sociedade de massas, o raciocínio individual precisa ganhar tons mais coletivos para exercer seu poder e provar sua competência, pressupondo uma melhor qualidade de vida e uma maior tranqüilidade planetária".

Sem precisarmos percorrer outra vez o desgastado raciocínio utópico do socialismo científico de Marx-Engels-Lênin-Stálin, necessitamos urgentemente pisar na superfície desse lindo "planeta água" (símbolo da emoção e da sensibilidade que preenche nossos corações) observando não só a violência praticada contra as minorias, como também os incríveis gestos de solidariedade humana mostrados via satélite ou pela Internet, na mesma velocidade da luz ou do pensamento humano, nessa era de virtualidade nem um pouco caracterizada pelas mais elementares virtudes.

Como não sou também nem um pouco virtuosa e acho que o limiar entre o sagrado e o profano é muito próximo, coloco em mim mesma a carapuça de parte dessa imensa culpa pela minha própria acomodação e omissão em alguns setores da vida, e, divido com todos os devedores planetários como eu, o ônus que pago por viver na Terra nos dias de hoje, embora continue achando que é um privilégio karmico poder ser descendente do Povo Cigano.

OBS.: Essa Palestra foi apresentada na íntegra na 7ª edição do "Encontro para a Nova Consciência", em Fevereiro de 1998, em Campina Grande-PB.




Historia do povo Cig...




Fonte: websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/giudice/o_povo_cigano.html

PRECE ÁRABE

AMIGOS, AMIGAS, VISITANTES QUERIDOS, UM ANO SE ACABANDO, UM CICLO SE COMPLETANDO. OUTRO ANO QUE SE APROXIMA, TRAZENDO ESPERANÇA, A ETERNA LISTINHA DE DESEJOS - RSRSR E METAS - RSRSRS
DEIXO PRÁ TODOS VOCÊS UM PEQUENO AGRADO, E QUE COM ESSA ORAÇÃO POSSAMOS COMEÇAR NOSSO ANO DE 2011 RENOVADOS E CURADOS.



Deus, não consintas que eu seja o carrasco que sangra as ovelhas, nem uma ovelha nas mãos dos algozes.
Ajude-me a dizer sempre a verdade na presença dos fortes, e jamais dizer mentiras para ganhar os aplausos dos fracos.
Meu Deus! Se me deres a fortuna, não me tires a felicidade;
Se me deres a força, não me tires a sensatez;
Se me for dado prosperar, não permitas que eu perca a modéstia, conservando apenas o orgulho da dignidade.
Ajude-me a apreciar o outro lado das coisas, para não enxergar a traição dos adversários, nem acusá-los com maior severidade do que a mim mesmo.
Não me deixe ser atingido pela ilusão da glória, quando bem sucedido e nem desesperado quando sentir insucesso.
Lembre-me que a experiência de um fracasso poderá proporcionar um progresso maior.
Ó Deus! Faça-me sentir que o perdão é maior índice da força, e que a vingança é prova de fraqueza.
Se me tirares a fortuna, deixe-me a esperança.
Se me faltar a beleza da saúde, conforte-me com a graça da fé.
E quando me ferir a ingratidão e a incompreensão dos meus semelhantes, crie em minha alma a  força da desculpa e do perdão.
E finalmente Senhor, se eu Te esquecer, Te rogo mesmo assim, nunca Te esqueça de mim !

Traduzido do árabe por Seme Draibe

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

ORAÇÃO PARA CIGANA ESMERALDA











Esmeralda

És uma linda flor que desabrocha no amanhecer.

És um espírito de luz.
És a lua que clareia nossas mentes para que possamos dar um conselho na hora certa.


És o espírito que nos dá força para superarmos todos os nossos obstáculos.


És a estrela brilhante que ilumina nossas vidas neste planeta Terra.


És um espírito maravilhoso que à noite vigia nossos sonhos, impedindo a aproximação de espíritos maléficos.


Cigana Esmeralda, com tuas fitas coloridas, estás sempre transmitindo a força do arco-íris.


Sempre que o aflito te invocar, possas transmitir-lhe a energia da paz, da harmonia e da consolação.


Que, ao olhar a chama de uma vela, possamos sentir a tua presença.


Que, ao tocar um cristal, possamos sentir a tua energia positiva.


Que, ao sentir o aroma de violetas, possamos sentir que estás nos confortando.


Cigana, cobre-nos com tua saia colorida, escondendo-nos dos invejosos e mostrando a eles que o caminho não é esse.


Cigana encantada, que nesta hora possamos sentir segurança, paz e felicidade.


Com teu encanto, encanta coisas boas para que os nossos caminhos não tenham obstáculos.


Desencanta todas as perturbações que existam nos lares, Cigana Esmeralda, cura aqueles que estejam doentes do espírito, da alma, da matéria,


Com o poder do Pai-Sol


Com o poder da Mãe- Terra,


Nós te pedimos que nossos pedidos sejam atendidos.


Por Santa Sara Kali, a padroeira dos ciganos, e por todos os espíritos ciganos que viveram e sofreram nesta Terra, nesta corrente de fé, Cigana Esmeralda, acompanha-me noite e dia.

Optchá!


 
 

Aquele cujo rosto não dá luz, nunca se torna uma estrela.

William Blake

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Turkish Gypsies








Music of Gipsy Constantinople

1.Rast Tsiftetelli


2.Kanun Taqsim (Improvisation of the Kanun in Maqam Ussak)

3.Tsadir Oyun Havasi

4.Instanbul Havasi

5.Ud Taqsim (Improvisation of the Ud in Maqam Muhayer Kurdi)

6.Kochek Dance

7.Rusmeli Karsilama (Dance in 9 Beat Rhythm from Thrace)

8.Kanun Taqsim (Improvisation of the Kanun in Maqam Kurdili Hijazkar)

9.Romani (Dance in 7 Beat Rythmm from Thrace)

10.Ud Taqsim (Improvisation of the Ud in Maqam Suzinak)

11.Hijaz Tsiftetelli

12.Karsilama

13.Arnavut Kasabi

14.Kanun Taqsim (Improvisation of the Kanun in Kurdi)

15.Saba Karsilama

16.Sulu Kule Havasi (Melody from Sulukule, the Gypsy Quarter of Istanbul)

17.Ussak Oyun Havasi (Dance from Central Asia Minor)



http://rapidshare.com/files/152345195/passionate-music.Music_of__Gipsy_Constantinople.zip




Sulu Kule



Sule Kule ou Karsilama

O termo "karsilamas" vem da palavra turca "Karsilama", que significa "face a face" uma saudação" e é frequentemente utilizada como uma gíria que designa o método de carteirista de bater contra alguém e roubar sua carteira. O nome grego da dança é Antikristos Makedonikos, que significa "cara a cara" e é uma dança original da Macedônia".



A dança era popular em torno de Constantinopla (hoje Istambul, Turquia), durante o período bizantino. Originalmente uma dança de guerra, os turcos adotaram quando conquistaram a área.


Portanto Karsilama ou Karschilama é um ritmo de origem turca. Do ritmo, veio o nome da dança, realizada pelas Cengis, as mulheres ciganas da Turquia. Na dança, ao som das batidas do pandeiro, balançando suas saias rodadas, essas mulheres relembram suas origens, quem elas verdadeiramente são. Na Turquia, é provável que ainda se encontre verdadeiras Cengis dançando o Sule Kule para turistas, assim como as ghawazee egípcias.

Karsilama Urbana

Esta dança é uma combinação da dança folclórica Sule Kule com o Oryantal Danze, como é conhecida a Dança do Ventre na Turquia. Podemos dizer, então, que a Karsilama Urbana nada mais é do que a Dança com Daff-Snuj ( Dança do Pandeiro) que vemos mais comumente. A diferença entre elas seria a escolha musical, pois na Turquia faz-se o uso do karsilama, enquanto a Dança com Daff pode explorar outros ritmos.


Copyright © 2005 SAMARA - Centro de Dança Oriental











A SAGA CONTINUA ... DE NOVO A DANÇA CIGANA

Eu odeio gente que fala que sabe porque acha que sabe porque acredita que estuda....
Por Santa Sara Kali, quando essas pessoas vão entender que a dança cigana compreende um universo único e ao mesmo tempo tão extenso, mas tão extenso que é impossível mensurar sua elegânica, charme, doçura e sacralidade, bem como é impossível nomear essa dança, quantifica-la, colocar uma oração corporal em um quadrado de técnica, nomenclaturas, isso e aquilo.
Pára gente.
Primeiro que quem não é cigano não tem que ficar dando pitaco, afinal sapo de fora não chia. Ainda mais sobre a dança deles.
Segundo que pai Google de Aruanda não é sempre certeiro, visto que tem muita mentira, desinformação, besteirol do mais alto nível sobre todo e qualquer assunto, não só sobre dança cigana.
Aos incautos de plantão que adoram um barraco por ser a única forma de aparecer na mídia, procurem a verdade com quem sabe a verdade.
Os ciganos adoram dançar. A dança nasce com eles no momento em que abrem os olhos para enfrentar a dura vida de cigano. Desde criança os ciganos ouvem e dançam as seguidillas, a rumba, as alegrias e o flamenco - ritmos e sons tradicionais - produzidos pelas guitarras, violinos, violões, acordeões, címbalos, castanholas, pandeiros, palmas das mãos e batidas dos pés, que aprendem desde cedo com parentes e amigos nas festas da kumpania (acampamento). Sendo assim, não existem ciganos profissionalizados através da dança cigana e sim aqueles que fazem apresentações apenas para divulgar esse lado tão belo e cheio de magia dessa tradição que a todos fascina.


O que eu já vi, demais mesmo, são dezenas de bailarinas de dança do ventre fazerem um workzinho de 4 horas com por sinal outra bailarina de dança do ventre e saírem dando aulas de dança cigana. Vamos começar por aí: quem dança a DANÇA CIGANA é a CIGANA e o CIGANO, só. O resto, dança uma dança estilo cigano tá amores??? Vamos aprender primeiro a nomear, depois a gente continua informando com clareza e VERDADE, para não ficar feio não é?
Ciganos não freqüentam academias nem aulas de dança, pois quando dançam, o fazem com a alma, o coração e os movimentos naturais do corpo, sem nenhuma coreografia pré-concebida.
Como diz Niffer Cortez (uma das poucas dançarinas ciganas) "Marcar uma coreografia, para o cigano, é prende-lo; é não dar liberdade para os seus movimentos". Por outro lado, a Bibi Esmeralda (chefe do Grupo Kalemaskê Romae, de Pirituba/SP), é uma Puri (avó) de 65 anos e dança como uma jovem de vinte. Se a colocassem dentro de uma coreografia, com certeza, cortariam grande parte da emoção espontânea e do inestimável encanto que ela nos transmite quando dança com toda a sua desenvoltura, arte e beleza.




Baseando-se nisso, costumo ver muita gente repetir por linhas e linhas afim, que os ciganos, por se tratarem de um povo nômade e até hoje de origem desconhecida (há quem garanta que eles tem ascendência hindu, visto que o Romani e o Sânscrito tenham alguma similaridade), mesmo assim prova cabal não existe. Há ainda aqueles que juram que os ciganos vieram do Egito, até pode ser, na Espanha os egiptanos, mas tarde gitanos.... é, quem sabe? Parece que ninguém afirma nada, ficando só na subjetividade.
Esse povo, massacrado, marginalizado, dicriminado, quando o assunto é dança vira celebridade e aí todo mundo sabe alguma origem, nome, qualidade de sua dança.
Dança cigana é dança cigana. Sim, eles estiveram em vários lugares, absorveram culturas e deixaram suas marcas, e ainda assim, dança cigana é dança cigana. Tem sua marca, sua leveza, seu charme, características próprias que aparecem umas 100 vezes em todo tipo de "variação" se assim podemos chamar.
É dança cigana espanhola, dança cigana russa, dança cigana turca, dança cigana egípcia, dança cigana caribenha, dança cigana portuguesa, dança cigana italiana, ufa!
Engraçado, me ocorre um detalhe, dança cigana brasileira não tem né? E olha que os ciganos chegaram ao Brasil degredados de Portugal entre os séculos 16  18, entrando pelo Nordeste brasileiro, e nunca vi essa "troca", e olha que uma dança cigana com brilhos de Frevo ficaria interessante.....

Agora, vou deixar uma reflexão, de um autor, pesquisador e antropólogo, amigo pessoal, que muito me ensinou sobre esse povo, essa raça, essa etnia: Assede Paiva. Afinal, amo e estudo porque existe em mim profundo respeito e admiração. Não entendo muito isso de ctrl C e ctrl V porque invisto somente naquilo que me é valioso, e por isso segue a dica. Com o tempo, postarei fontes fiéis para pesquisa séria.


A Musica e a Danca na Cultura Cigana


Na música, os ciganos extravasam toda sua alegria, todo seu sentimento.

Na dança, comungam com a natureza.

Ciganas, para facilitar a interação Terra/Céu, dançam descalças.

Há uma variedade de danças: do lenço, do punhal, da fogueira etc.

O que se pode verificar, porém, é que a cigana, embora tenha movimentos aparentemente sensuais,

ela é pudica, e jamais veremos além de seus tornozelos nos seus rodopios e meneios.

Para evitar acidentes durante o bailado e coreografias,

as ciganas usam sobre-saias até em número de sete.

Daí, ciganas estereotipadas como as das novelas e filmes nada têm a ver com a realidade.

Na dança, o cigano procura desenvolver uma relação telúrica,

conectar-se com a natureza e deixar fluir para a superfície física do ser,

todos os sentimentos mais íntimos.

Assim, nota-se perfeitamente o sinal de êxtase de uma cigana

ao rodopiar e fazer seus movimentos gentis, ao sacudir seu pandeiro

ou ao som do atrito das castanholas.

Para o cigano, dançar é celebrar a vida, a existência e se ligar a Deus.





Texto da Obra de Assede Paiva


CIGANOS, TZIGANOS, GITANOS, BOÊMIOS, ZÍNGAROS... QUE SÃO ELES?


Saiba mais














terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Código de Ética na Dança do Ventre

Tenho lido alguns textos em blogs variados sobre dança cigana e me lembrei de ter entre meus textos de estudo o Código de ética da Dança do Ventre e relendo o mesmo, creio que se aplica em grau, número e gênero ao que hoje de denomina dança cigana (a forma comercial, que fique bem claro isso). Às desavisadas de plantão, usei o ctrl C e ctrl V, e vou continuar usando até um dia, eu conseguir pelo menos informar com real verdade tudo sobre essa dança étnica que acabou virando dança folclórica em vários países. E vou deixar uma dica, muito se fala em dança cigana espanhola, russa, turca (rsrsrs), egípcia, caribenha (rsrsrs)....... Pergunta, alguém sabe sobre a dança cigana brasileira????????




"Código de Ética da Dança do Ventre "



A dança do ventre é uma expressão artística e, como tal, deve ser difundida. Cabe às profissionais da área zelar pelo seu conceito, mantendo assim, os padrões de elegância que a envolvem e não permitindo sua vulgarização.

Para exercer suas funções com dignidade, as profissionais da área devem receber remuneração justa pelos serviços artísticos ou didáticos prestados.

É considerada conduta antiética a prática de concorrência desleal com outras profissionais da área (bailarinas ou professoras).



Professoras

- A professora tem a função de ensinar e orientar pacientemente, sempre zelando, em primeiro lugar, pela saúde e bem-estar de suas alunas, e respeitando as limitações de cada uma.

- A todas as professoras é dada orientação que seus currículos estejam à disposição das alunas.

- É importante que a professora realize anualmente avaliações opcionais com suas alunas, as quais terão à disposição informações preciosas para a evolução de seu aprendizado.

- A dedicação ao ensino deve ser direcionada para o conhecimento de suas alunas e não como instrumento de vaidade pessoal para a promoção da professora

- A professora deve exercer seu trabalho livre de toda e qualquer discriminação, motivando e respeitando suas alunas, independentemente de características físicas ou faixa etária, lembrando que esta é uma atividade que deve ser direcionada visando ao bem-estar e equilíbrio físico, mental e emocional. Portanto, não podem ser exigidos padrões estéticos que diferenciem ou discriminem qualquer uma delas.

- Para aptidão ao magistério da dança do ventre considera-se satisfatório um período mínimo de 4 anos de estudos na área, com aperfeiçoamento em didática e conhecimentos de anatomia, cinesiologia e biomecânica que possibilitem segurança na realização de um trabalho corporal consciente. O tempo de estudo pode ser reconsiderado a partir de cursos realizados anteriormente, como balé clássico, educação física ou faculdade de dança .

- A professora de dança do ventre deve buscar aprimoramento e atualização constantemente.

- A professora deve cumprir a programação e o cronograma de cursos oferecidos ou divulgados a suas alunas.

- Todas as alunas merecem igual atenção de sua professora, a qual não deve fazer qualquer distinção entre elas.

- A professora deve ser especialmente honesta quanto aos seus conhecimentos, buscando respostas corretas para esclarecimento de suas alunas. Todas as informações pertinentes ao curso que se dispõe a ministrar devem ser transmitidas com clareza e honestidade, visando ao efetivo aprendizado de suas alunas.

- Como a dança do ventre tem origens muito remotas e informações de difícil acesso, esta questão deve ser sempre esclarecida a priori, para se evitar a divulgação de histórias fictícias que resultem em prejuízo à sua imagem e evolução.

- A professora não deve estimular competitividade negativa entre suas alunas ou com outros grupos.

- A professora deve ter respeito e consideração com as demais profissionais da área, preservando um ambiente de relacionamento sadio que possa acrescentar ao desenvolvimento de todo o segmento, não utilizando a sala de aula como espaço para demonstrar rivalidades pessoais ou denegrir a imagem dos demais profissionais da área em pról de sua promoção.

São ainda consideradas atitudes antiéticas:

- Apresentar coreografias de outras profissionais sem prévia autorização, bem como omitir o nome da responsável por sua criação.

- Coibir a participação de alunas em workshops e cursos que possam acrescentar elementos ao desenvolvimento e aprendizado.

- Apresentar currículos com informações fictícias referentes ao aprendizado e experiência. Recomenda-se que, em se tratando de cursos e workshops, sempre se solicite certificado de participação

Bailarinas

No Brasil, até a presente data, são consideradas bailarinas de dança do ventre todas aquelas que, possuindo o conhecimento e experiência necessários, prestem serviços artísticos profissionais (shows) mediante oneração.

- Cabe à bailarina profissional cumprir todas as cláusulas acertadas em contrato para prestação de serviços artísticos junto ao seu contratante.

- A bailarina profissional de dança do ventre deve zelar pela imagem moral da categoria que representa:

a) mantendo relacionamento de respeito e elegância junto ao seu público e contratante.

b) trajando-se de forma adequada aos padrões da categoria durante suas apresentações.

Faz parte da correta conduta ética entre bailarinas profissionais:

- Quando assistir à apresentação de outra bailarina e/ou alunas, dedicar o devido respeito e atenção.

- Quando estiver realizando apresentação em conjunto, ser solidária e direcionar o trabalho com espírito de equipe e união.

- Ter consciência de que cada profissional possui um estilo próprio que a diferencia e, assim, saber apreciar a admirar, com a devida humildade, todas as variadas formas de se expressar a mesma arte.

- Respeitar o local de trabalho de outras profissionais.

São consideradas atitudes antiéticas:


- Atravessar ou interferir em contato de trabalho de outra profissional estando ciente deste fato.


- Distribuir material de propaganda pessoal durante serviços contratados por meio de outra bailarina.


- Criticar o desempenho ou denegrir a imagem de outra profissional junto ao público, contratantes ou demais colegas da área.


- Transformar uma apresentação coletiva em disputa pessoal de vaidade, interferindo na qualidade do trabalho apresentado.



A forma como uma professora e bailarina se referem à sua (s) mestra (s) é um exemplo que será seguido por suas alunas amanhã. Quem não respeita seu mestre não valoriza a arte.

Recomenda-se sempre avaliação médica antes do início das atividades, como em qualquer atividade física.

As responsáveis pela elaboração do Código de Ética esperam que a união, a humildade, a seriedade, o respeito e o amor sincero à arte estejam sempre acima de qualquer diferença pessoal. Que estes laços que nos aproximaram até aqui em favor do objetivo único de valorizar e organizar nossa arte se fortifiquem a cada dia, alcançando todas as praticantes da dança do ventre no Brasil.


ver texto original

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A dança cigana - uma verdade única

"No acampamento tudo é agitação... os homens montam a fogueira, preparam o vinho e afinam seus violinos e acordeons. As mulheres enfeitam as mesas, carroções, preparam suas roupas, pandeiros, fitas, lenços... No ar, o delicioso aroma de suas receitas especiais espalha por todo lado o cheiro de festa. A noite será longa... os ciganos se reúnem mais uma vez, para comemorar... a vida!!!”
Quem nunca viu essa cena em sua mente? Poderia ser uma lembrança de um filme talvez, ou quem sabe, a saudade de um lugar, de um povo...Saudades deixadas há muito, no tempo e no espaço...

A tradição cigana é cheia de mistérios e um dos mais facilmente reconhecido é o mistério da dança, que junto com a música desse povo...Enfeitiça...

A dança para os ciganos é uma forma de liberar as emoções interiores, de dar vazão aos sentimentos e intimas necessidades através de movimentos corporais. Ou porque esta feliz e quer festejar, brincar e se divertir, ou porque esta querendo agradar e agradecer aos deuses.

Os ciganos têm na dança uma de suas mais várias e exuberantes formas de expressão, tirando dos passos, dos volteios do corpo, do rodar, do meneio de suas cabeças e mãos, uma alegria contagiante e uma vivacidade talvez única.


O bater das castanholas, do som das palmas que espantam a negatividade. Este é o verdadeiro dançar da alma “A DANÇA CIGANA”.

O homem quando dança com as mulheres apenas reforça, com a sua presença as figuras femininas, pois é uma proteção para elas.

Os ciganos dançam nas festas, a dança é livre, sem regras. Cada um se diverte como quer, nunca se esquecendo o recato, os limites entre homens e mulheres.

Brincos e pulseiras a tilintar, saias coloridas e pés descalços a rodopiar, mão em volteios estonteantes como o brilho nos olhos da cigana...Cena que contagia a todos, e nesse momento, a magia é tão presente que tudo parece parar para reverenciar a vida que pulsa forte em cada acorde de música...Não há tempo nem espaço, há apenas, à vontade de dançar... É a alegria do reencontro.




FONTE PESQUISADA

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

WORKSHOP COM HAYAT EL HELWA

Dia 31 de outubro, dia das Bruxas, dia de eleição presidencial, e eu me acabando de fazer shimies e aprender técnicas de quadril com nada mais nada menos que nossa deusa Hayat El Helwa.

Vinda do Egito onde mora atualmente, retornou ao Brasil, sua pátria amada também, para uma série de works e shows em várias cidades brasileiras.
O Espaço de Dança Clássica Egípcia La Luna, nos deu essa oportunidade maravilhosa de aprender com Hayat muito, mas muito mesmo. Técnicas de quadril, exercícios para o fotalecimento e soltura de shimies, presença de palco, a unidade da bailarina. Desde seu charme e beleza até sua apresentação, como a dança do ventre deve ser observada e trabalhada por cada uma de nós: bailarinas e professoras dessa Arte.

Hayat se mostrou uma profissional competente, com excelente didática e alto astral e simpática. Além de linda, foi extremamente gentil ao nos presentear com um marcador de livro que ela trouxe do Egito em papiro e um texto de sua própria autoria, que resume a essência e beleza da bailarina de DV.

Momento de descontração do work

Vou trancreve-lo abaixo por concordar em grau, número e gênero com Hayat. Sem dúvida, uma pessoa linda que me ensinou em 2 horas e depois no tempo que conversamos até o show no outro dia e após, que dança do ventre é um universo de possibilidades e só a alma desperta e desapega pode executa-la com fineza e transforma-la em uma mágica curativa. 
Então, compartilho esse mais esse ensinamento:



EXPRESSÃO/ INTERPRETAÇÃO




Meu trabalho sempre aborda corpo, mente e alma, “a alma da bailarina”.

A autêntica dança árabe é a demonstração de uma arte fina, um verdadeiro poema em celebração da vida, transmitido através dos mais graciosos movimentos e flutuações corporais, de todas as partes do corpo. Para adquirir a “sensibilidade” da música árabe, procure entrar em cena não apenas com a preocupação da técnica, mas entre principalmente com sua “alma”, pense a respeito do seu “feeling”, sinta sua deusa interna, tente desperta-la. Essa é a diferença daquela bailarina exímia em técnica e daquela que não chega a tanto tecnicamente, mas consegue se envolver melhor com o público. As pessoas percebem as bailarinas que realmente dançam com este sentimento, posso dançar lento, rápido, mas tenho que dançar estando apaixonada, sentindo a música.

Agora você pode me perguntar o seguinte: Como vou sentir uma música, se não entendo árabe? Sinta-se como se fizesse parte das notas musicais, escolha um instrumento que mais lhe toca e esteja sempre apaixonada ao dançar, sabendo que a maioria das músicas árabes fala de amor, não fica tão difícil. Lembre-se do amor em geral: pelo marido, namorado, materno, crianças, enfim um amor universal. Estabeleça uma boa comunicação com seu público, desejando que ao término de sua dança, todos possam estar se sentindo melhores do que antes. Quando você descobre o que eu chamo de “Deusa Interna” e se entrega, esse sentimento aflora de uma maneira tão prazerosa que você esquece tudo de ruim e entra num momento de êxtase da sua dança.

É exatamente neste momento que você passa a não brigar mais com a dança, a técnica, a música, a aceitação do seu corpo e a insegurança, a timidez, o medo de errar desaparece. Contudo, coloque-se em cena como se fosse a “melhor bailarina do mundo”, sem prepotência, encerrando o show com segurança e a elegância de uma Deusa.

Quando nos concentramos somente na beleza, caímos numa armadilha que se chama vaidade e elevação do ego, diminuindo dessa forma, a luz do nosso espírito, luz esta necessária para caminharmos em outros mundos. A solução para que possamos estar belas, sem dificultar nossa caminhada para a eternidade, está na nossa consciência.

Como acontece ao purificarmos o ar, todos são beneficiados, não somente aquele que o purificou. Assim, procure estar sempre bela, maquiada, sorridente, vivendo com amor, compaixão, benevolência. Fique bela para embelezar o mundo, que já é muito cinza, e aguarde... O mundo iluminará você!

“A BELEZA TERRESTRE SÓ É VÁLIDA, QUANDO UTILIZADA SEM APEGO, ABRINDO ASSIM, O CAMINHO PARA ILUMINAÇÃO PERENE (HAYAT EL HELWA)



Conheça mais Hayat


Yousry Sharif - Egito "Como bailarina: ela sabe usar o seu corpo muito bem para expressar todo o sentimento da música árabe. Os seus movimentos corporais os traduzem muito bem. Os sentimentos que transmite enquanto dança são verdadeiros e únicos. Não foi a toa que após seu show todas as pessoas presentes a aplaudiram de pé"


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

GHAWAZEE


Nas cidades egípcias, até 1989, uma bailarina profissional era conhecida como ghazia (plural ghawazee). As ghawazee originais eram ciganas termo hoje, genérico, mas que antigamente denominava uma tribo específica. Na língua egípcia ghawazee quer dizer "invasores" ou "estrangeiros", (significando também "invasoras do coração").
Sabemos que os ciganos sempre viveram às margens da sociedade levando uma vida errante e se recusando a ajustar-se aos valores sociais, e por isso sempre foram hostilizados. Para chegarmos perto das ghawazee e acharmos o perfil de sua dança, é preciso observar mais de perto a trilha e a origem dos ciganos. Todos os ciganos do mundo têm origem na Índia e possuem uma língua comum o Romany, a qual é baseada no Hindi. As tribos ciganas originais deixaram a Índia no século V de nossa era em busca de trabalho para escapar da fome e das tribulações da existência. Partiram para o Ocidente através do Afeganistão e da Pérsia, e se dispersaram pelos rios orientais do Mediterrâneo. Alguns se dirigiram para norte e foram até a Europa, passando pela Turquia (as ghawazee eram as chamadas zinganee em Constantinopla) e ao mesmo tempo, outros subiram pela costa sul até o Egito. Alguns foram banidos como os kathaka, menestréis ambulantes originários do Sind, que partiram para o norte tornando-se os artistas oficiais da corte até serem pegos roubando tesouro imperial.


Meninas de tribos Algerianas Yousef Maazin, pai de uma das mais famosas ghawazee admite a má reputação e a expulsão por causa dos roubos. Os ciganos não possuem uma história escrita, suas tradições são transmitidas, oralmente, de geração para geração por meio da música, de suas letras e da dança, que desempenha um papel importante em sua vida. O papel dos ciganos na dança pode ser verificado pelo próprio significado do nome. Na língua turca a palavra cengi que significa dançarina é derivado da palavra cingene que quer dizer cigano. Ao contrário das pessoas criadas em sociedade, os ciganos incentivavam a vocação artística de seus filhos de modo a poderem se estabelecer. Ainda hoje existem tribos nômades na Índia, na região norte do país. Sua fé é baseada na tradição hindu e têm a Deusa Kali ,"Madona Negra", como padroeira (Kali era chamada pelos ciganos europeus de Sara a egípcia ou de Sarakali). Outra tribo de nômades fica dentro do oásis de Fayyum, no delta do Nilo, eles não falam a língua árabe e não praticam a religião mulçumana, mas viajam com outros nômades para dissimular sua identidade e evitar perseguições. A música e a dança são elementos essenciais de sua cultura. Talvez isso se deva, justamente, ao fato de não viverem dentro dos valores morais de nenhuma sociedade, já que a dança, em muitas sociedades passadas e também em algumas atuais, era considerada indigna para os cidadãos "respeitáveis", pois é uma atividade que sublima os sentidos e reduz as inibições (no séc. XIX, o médico Havelock Ellis, autor de um estudo sobre o comportamento sexual dos homens, fez o seguinte comentário em um outro contexto: "uma jovem que tenha dançado um quarto de hora se encontra no mesmo estado que uma outra que tenha bebido champagne").
As mudanças incessantes da história, o desaparecimento e as mutações dos povos, ao longo de períodos, deixaram sua marca sobre a dança, no mundo todo. Não é possível afirmar com segurança quais os elementos característicos de uma dança típica e quais os elementos de influência dos grupos migrantes O emprego e a representação em público de uma certa parte do corpo na dança é ligado em parte aos tabus e aos valores estéticos.
Como e porque as mulheres do Oriente Médio, diferentes das mulheres de outras regiões, conservaram as antigas danças de fertilidade e a transformaram em uma dança sofisticada, ainda permanece um mistério. Braços sinuosos, ondulantes e um deslizar da cabeça para as laterais são comuns nas danças indianas, persas, turcas e árabes, no entanto a árabe diferencia-se pela complexa movimentação das ancas. Denominar as danças típicas femininas como a das ghawazee é um desafio, já que as mulheres durante séculos deixaram de ser consideradas pela história. No auge da disseminação da dança das ghawazee, por volta de 1830, suas danças eram consideradas a melhor diversão de uma festa, porém Mohammed Ali governante do Egito, proibiu a dança em público, e as que tentavam burlar a nova lei eram expulsas do Cairo e mandadas para Esna.
Através de escritos de poetas, relatos de escritores e de pinturas de antigos artistas, pode-se supor que as ghawazee além de se dedicarem à dança, exerciam o trabalho também de cantoras, praticavam a arte divinatória em concha, areia e taça, realizavam partos, sabiam tocar variados instrumentos, adornavam homens e mulheres com pinturas de tatuagens e eram contadoras de histórias. Exerciam suas funções em cortejos de noivos, casamentos, animavam festas de aniversário e nascimentos. Elas andavam em grupos, pintavam o rosto e os olhos, adornavam-se com pulseiras, brincos e colares. Sua dança diferenciava-se pelo demasiado uso de movimentos grandes, cadenciados e marcados das ancas e pela ginga do corpo. Em um recente vídeo denominado Latcho Drom exibido pela TV francesa, retratando a trilha dos ciganos, podemos ver no local do oásis situado no delta do Nilo um grupo de nômades onde as mulheres, embora com diferentes trajes das originais ghawazee, apresentam uma dança que tem como características, as batidas laterais de quadril, movimentos incrivelmente largos, fortes e soltos. Essas batidas de quadril são marcadas por batidas de um dos pés no chão.

Foi interessante notar como a mulher que dançava, logo após a dança, senta no chão, junto com todos os que estão assistindo, pega o bebê da mão de outra mulher, arremessa os seios para fora de seu vestido e lhe dá de mamar enquanto outra mulher entra na roda para continuar a dança. Esta imagem para mim foi realmente profunda e significativa, afinal de contas estas mulheres, sejam ghawazee, awalim ou zinganee nos dão o recado que nossas clássicas danças do ventre não dão mais o principal sentido: o da importância de estarmos conectadas com a manutenção da terra e com a manutenção da vida na terra no contexto original de vida sadia!

Texto Dúnia La Luna
- Citações bibliográficas: Serpent of the Nile (Wendy Bonaventura)
 La Danza Magica Del Vientre (Chokry Mohamed)
 Documentário em vídeo: Latcho Drom

domingo, 10 de outubro de 2010

Música Cigana



Trilha sonora do filme cigano Latcho Drom onde aqueles que nada ou muito pouco conheçem da música cigana possam ter uma visão ampla das influências e vertentes da música Cigana.

01 Sat Bhayan Ki Ek Behanadli I 1:17 Talab Khan Barna (Rajasthan)
02 Oh Kesario Hazari Gul Ro Phool 2:53 Daoud Langa (Rajasthan)
03 Kaman Garo Kanhaji 3:20 Gazi Khan Manghaniyar (Rajasthan)
04 Sat Bhayan Ki Ek Behanadli II 2:30 Talab Khan Barna (Rajasthan)
05 Bambi Saisi 4:36 Les Musiciens Du Nil (Egypt)
06 Ya Dorah Shami 4:06 Les Musiciens Du Nil (Egypt)
07 Istanbul Drom 0:39 (Turkey)
08 Hicaz Dolap Rom 3:40 Hasam Yarim Dunya Et Son Ensemble (Turkey)
09 Balada Conducatorolui 3:58 Taraf De Haïdouks (Romania)
10 Rînd De Hore 8:11 Taraf De Haïdouks (Romania)
11 Cigány Himnusz 2:28 Rostas Szabina (Hungary)
12 Gili (Béga Sitya) 4:29 L'ensemble Kek Lang Hungary)
13 Auschwitz 1:57 Marichka (Slovakia)
14 Kali Sara 2:57 Dorado Et Tchavolo (France)
15 Tchavolo Swing 4:03 Dorado Et Tchavolo (France)
16 Ramona 3:23 Gitans De Badajoz (Spain)
17 El Pájaro Negro 8:42 La Caita (Spain)
18 Latcho Drom 1:00 (Spain)


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sobre o aprendizado da dança

"Eu já faço aula de DV há 2 anos e sou uma bailarina""
Frase típica das desesperadas.... das despreparadas, das desavisadas.
Creia, o aprendizado na Arte da Dança do Ventre, nunca acaba.....
Você pode até estudar muito, ser aplicada, pesquisar, cansar de assistir a vídeos de várias e diversas bailarinas. Isso com certeza fará você ter pelo menos crítica sobre o assunto. Mas "se achar" uma bailarina e pior, querer ensinar a DANÇA, aí é onde tudo se perde.
Pior mesmo, é quando a aluna, começa a sentir que a professora está sabotando, não colocando a distinta para se apresentar publicamente. No mínimo ela (a professora) tem inveja do seu potencial - rssrsrs
Meninas, pensem bem. Se for uma profissional respeitável, ela jamais deixará você pagar esse mico. Do contrário, se for uma perdida, egocêntrica, tanto quanto você, em 3 meses já estará lhe passando uma coreografia para a apresentação sabe-se Deus onde, porque precisa divulgar seu trabalho.
Daí o que vemos é uma enchente de shows, audições, apresentações, festas, onde o repertório é no mínimo decadente e pobre, aliás muito pobre - tosco mesmo.
Me resta a pergunta, onde ficou a Arte?


Mas ainda tem aquelas que por continuarem na ilusão de que a professora tá sabotando descaradamente, muda de professora e ainda fala mal prá todo mundo.

Defama, indubitavelemente. Inventa, Despreza. E compara - claro, porque tem que comparar. Até o cabelo da nova professora passa a ser mais bonito. Vira uma simbiose se a "nova" professora deixar seu ego gritar nesse momento e aí sim, a casa cai. Aliás, caem as duas, porque o universo da competitividade a todo custo ganha status de sucesso.
É detestável  alunas que desdenham de sua professora por pior que ela seja, já que era ela que estava lá quando conheceu a dança pela primeira vez.
Lógico que podemos traçar atributos, e didática, e uma infinidade de qualidades e defeitos, afinal professoras são mulheres - srsrsrsrs
Mas criticar pelo simples fato de querer ganahr a nova professora na lábia, sinto muito, é falta de caráter.
Eu tive várias professoras de dança e com cada uma aprendi um monte de coisas, maneiras diferentes de executar o mesmo movimento, habilidades, estórias, dicas. Por pior que seja uma profissional, até o que não deve ser feito ela ensina, desde que a "aluna" tenha conhecimento para perceber isso.
Portanto, finalizando, bailarinas do meu Brasil varonil, vamos ser éticas.....

domingo, 3 de outubro de 2010

Certa vez chegaram à corte do príncipe de Birkasha uma dançarina e os seus músicos. Tendo sido admitida na corte, ela dançou a música da flauta, do alaúde e da cítara.
Executou a dança das chamas e do fogo e a dança das espadas e das lanças. Dançou as estrelas e o espaço e então, ela dançou a dança das flores ao vento.

Quando terminou, aproximou-se do príncipe e curvou o corpo, em reverência, diante dele.

O príncipe ordenou que ela se aproximasse e perguntou-lhe:

"Bela mulher, filha da graça e do encanto, de onde vem a sua arte e o que é este seu poder ao comandar todos os elementos nos seus ritmos e versos?"

E a dançarina, aproximando-se, curvou mais uma vez o corpo em reverência e respondeu.

"Sua alteza, sereníssimo senhor, eu não sei a resposta às suas perguntas. Somente isto eu sei: a alma do filósofo habita na sua mente, a alma do poeta habita no seu coração, a alma do cantor habita na sua garganta, mas a alma da dançarina habita em todo o seu corpo."

(Extraído do livro "O Viajante" de Khalil Gibran)

sábado, 2 de outubro de 2010

A Dança como expressão de sentimentos

Não basta saber a técnica (claro que isso é importante), mas além de estudo e dedicação, a bailarina é antes de tudo uma intérprete. sim, pois quando em palco, bailarina e melodia passam a ser um só corpo. Conversando com Mahmoud Al Masri, um dia, ele me disse: "Antes de aprender a dançar, a bailarina tem que aprender música, pois sem música não há dança."
E ele está cobertíssimo de razão.
Frequentemente, vemos bailarina escolhendo a música para executar sua dança sem ao menos conehcer seu ritmo (imperdoável) e muito emnos o que se está dizendo - qual a mensagem da música. Principalmente na dança oriental isso é aidna mais comum. Daí a bailarina se produz toda, entra em cena arrasando, faz caras e bocas, mas a música escolhida está justamente falando da guerra entre povos que mataram a família inteira do compositor. A música retrata a dor de uma violência entre povos e a balairina segue sensual e provocante...
Isso fere uma cultura.
Isso fere os princípios da arte.
Por isso meninas, não digo que é necessário aprender árabe ou libanês, ou indiano. Mas ouse pesquisar antes a música escolhida.
Tenho uma música, que considero uma obra-prima, de Omar Faruk Tekbilek- do álbum One Truth - Manhem, onde ele ora ao seu Deus. Infelizmente já vi bailarinas se apresentarem com essa música, de véu e e tudo, em trajes sumários e olhos nada sensuais pois beiravam a vulgaridade.
Dança é sentimento. Dança é uma porta para expressar-se.
Permita-se expressar seus sentimentos, mas saiba fazê-lo.
Isso é só uma dica às bailarinas ocidentais.